domingo, 29 de maio de 2011

Eu errei.

Eu errei, sim, eu sei
No caminho que escolhi eu tropecei
Te feri, mas voltei

E hoje eu já não sei o que dizer
Palavras não parecem responder
Amar é bem mais simples que escrever

Mas o mar já não parece tão distante
O muro vai caindo a cada instante
E eu já não sou mais tão inconstante

Agora, me diga
que estamos bem
Deixa o medo de lado,
que temer é estar sempre atrasado

Deixa ele e vem.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Amizade


I


Eu o via como uma pessoa especial. E ele era.
Éramos confidentes e próximos, mesmo se estivéssemos distantes.
Nossos relacionamentos fluíam – eu com meus namorados, ele com suas namoradas – começando e terminando, num processo cíclico tão comum, mas que poucas vezes era observado por terceiros tão de perto.
Desabafei diversas vezes, mostrei o que de mais profundo e pessoal há em minha personalidade, sem me preocupar, pois sabia que ele entenderia.
E o inverso também aconteceu.
Eram momentos que me faziam feliz. Saber que havia alguém no mundo com quem eu pudesse contar mesmo nas horas mais tristes, e estar ali incondicionalmente presente, para o que ele precisasse.
E não eram só esses momentos que me deixavam feliz, mas saber que eles poderiam existir já era o suficiente. Me fazia enxergar a vida de uma maneira mais bonita. Dava um sentido a tudo isso.
Passavam-se anos, e cada vez mais o sentido da palavra amizade – e conseqüentemente do amor, no aspecto mais amplo - se tornava claro. Eu queria poder ajudar quando ele precisasse e não haveria recompensa maior do que vê-lo sorrir.
Algo me dizia que ele também sentia isso por mim e por isso ele era especial.
Pessoas especiais são aquelas que te consideram especial.

II

Um dia eu me vi precisando de ajuda. O tipo de ajuda que ele sempre prestava. Porém dessa vez eu não podia contar com ele.
Ele era a única pessoa da qual eu podia pedir esse tipo de ajuda – sentimental, amorosa – e se ele não podia me ajudar, eu me sentia desolada.
Era exatamente assim que eu me sentia.
Desolada.
Acabada.
Ele com certeza saberia a coisa certa a me dizer. Mesmo que não fosse consolador, seria a verdade. Abriria meus olhos.
Às vezes nos apaixonamos pela pessoa errada e era ele quem me fazia enxergar quando isso me acontecia.
Às vezes nos apaixonamos por alguém e perdemos a noção da realidade. Fazemos coisas estúpidas. E ele sempre me alertava quanto a isso.
Mas não dessa vez.
Eu não podia me abrir, não podia confessar.
E isso me torturava. Não estava acostumada a não ter com quem contar. Às vezes ele me perguntava o que me afligia e eu não era capaz de dizer. Disfarçava, inventava alguma coisa, mudava de assunto. Talvez ele nem desconfiasse.
E quando ele não estava por perto eu me pegava pensando nele.
Pela primeira vez eu esperava receber algo dele que não fosse apenas um sentimento puro e sincero.
Eu queria tê-lo e ser dele.
E queria principalmente que ele soubesse disso.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Apatia

E esse sentimento de apatia, que nunca sai de mim?
Não to nem ai, nem aqui.
Vontade de tudo, força pra nada.
Não to gostando nem achando ruim.
Anestesia geral.

Já não sei mais o que me move.

domingo, 15 de maio de 2011

Sexta...

Num amanhecer chuvoso,
onde a força foi deixada para trás,
nada mais me inspira, nada expira.
Um café cairia bem, pra animar a alma,
mas não sem um cigarro e o cigarro agora é evitado.
Sem calor, sem inspiração e sem cigarro.
Mas que bela merda de situação.
E a música? Ah, a música deprime qualquer um...
Volta a chuva, volto à chuva:
-Será que vai estar chovendo à noite?
Hoje é sexta...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Para Dandi

I

Podem jogar pedra.
Podem falar merda.
Podem rogar praga.
Podem rezar para,

tudo dar errado.

Podem rogar praga.
Podem rezar para,

tudo dar errado.

II

Porque a verdade há de se revelar.
Prezando por quem, sem querer, foi errar,

mas pode consertar, mas vai consertar.